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Uma rota tecnológica para reciclagem de metais preciosos de aplicação simples e barata para pequenos fabricantes de joias foi o resultado de pesquisa realizada recentemente na Escola de Engenharia. O trabalho foi transformado na dissertação de mestrado da guatemalteca Carol Elizabeth Barrientos Rojas, que propõe o aproveitamento de resíduos sobretudo de ouro e prata.
De acordo com o professor Afonso Henriques Martins, da pós-graduação em Engenharia Metalúrgica e de Minas, nas pequenas empresas a sucata é varrida da bancada e volta para o forno para gerar joias de composição inferior. O objetivo da pesquisa orientada por ele foi permitir a recuperação em separado dos metais. “A dissertação informa dados numéricos, não existe caixa preta”, diz o professor.
Segundo a pesquisadora, que está de volta à Guatemala, a rota adotada consiste na lixiviação (dissolução) preliminar de joias usadas e defeituosas de ouro com ácido nítrico para extrair a prata da liga. A seguir, o resíduo sólido do ouro dessa lixiviação sofre outra lixiviação, agora com água régia (ácidos nítrico e clorídrico em relação de três por um), para tornar solúvel o ouro contido.
“Durante as etapas de lixiviação, foram avaliados parâmetros típicos com emprego de planejamento estatístico de experimentos. Assim, foram obtidas as condições ótimas para a máxima extração do ouro e da prata”, explica Carol Barrientos, acrescentando que os licores de lixiviação foram tratados por métodos diversos visando à recuperação dos metais.
Negócio de família
De família que atua no ramo das joias, fabricadas com peças de jade – pedra que se encontra na Guatemala –, Carol Barrientos se interessa pelo assunto desde adolescente. Por falta de opção mais específica em seu país, ela estudou engenharia química e procurou adquirir conhecimentos em geologia. Ela conta que a graduação ampliou suas áreas de interesse, mas seu foco se manteve sobre fabricação de joias, pedras preciosas e recuperação de metais preciosos. Em grandes joalherias onde trabalhou na Guatemala, Carol aprendeu sobre o processamento industrial empregado na fabricação de joias. Em seu trabalho final na graduação, avaliou métodos de recuperação de ouro a partir de sucata.
“Métodos de recuperação são empregados empiricamente por vários joalheiros, mas ainda existem muitos segredos sobre esse processamento”, afirma Carol, que fez o mestrado na UFMG com bolsa de estudos, a partir de sugestão de um amigo brasileiro. Hoje ela trabalha como engenheira, realizando estudos de impacto ambiental para mineradoras na Guatemala, e dá apoio aos negócios da família. Ela pretende juntar recursos para montar um laboratório ou refinaria e aplicar o método que desenvolveu.
Segundo o professor Afonso Martins, que mantém projetos como o de reciclagem de componentes de aparelhos eletrônicos, pesquisas que deem sequência ao trabalho de Carol Barrientos dependem de subsídios – hoje são realizadas pesquisas isoladas, principalmente com alunos de iniciação científica.
Fonte: ABNNEWS
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