quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Métodos para refinar o ouro


O refino de ouro é um método utilizado pelos técnicos de joalharia para recuperar a limalha de ouro resultante do fabricação de jóias, e também jóias de ouro que já não são usadas, também designado pelos leigos por reciclagem de ouro. Este é um método que permite o refino de vários ligas de ouro amarelo até aos 23k. Muitos joalheiros consideram o ouro refinado (reciclado) como ouro de 22k e fazem uma liga que se adeqúe depois ao ouro de 19.2k (ouro português) ou 18 kt ouro internacional. Esta margem de erro permite ligar o ouro com confiança sem que se corra o risco de estar acima da liga permitida por lei.

O processo utilizado para refinar (reciclar ouro 24k) o ouro utiliza uma solução de 70% de acido nítrico e é necessário ter cuidados redobrados no manuseamento deste tipo de produtos químicos, altamente corrosivos. Os descuidos podem ter um preço demasiado caro, então, neste caso é melhor aprender as lições de segurança antes que aconteçam quaisquer acidentes.

Apenas o ouro amarelo se pode Refinar o ouro com ácido nítrico, o paládio do ouro branco não se dissolve com o ácido nítrico, tal como a platina é resistente ao ácido nítrico.

Existem vários métodos para refinar o ouro no entanto vamos abordar 2 métodos:

1. Um é a recuperação de jóias velhas usadas
2. Outro a recuperação de limalhas de ouro recuperadas durante a fabricação de jóias

Recuperação do ouro contido em jóias velhas usadas, refinar o ouro (reciclagem de jóias)

Para recuperação de 20 gramas de ouro em jóias velhas usadas, é necessário fundir esse mesmo ouro com cobre 5 vezes o peso do ouro. Ou seja, Para 20 gramas de ouro, fundir mais 100g de cobre. este procedimento facilita o processo de refino do ouro.

Este é um procedimento um pouco diferente do refino do ouro na recuperação de limalhas, como veremos a seguir. A reciclagem ou refino das jóias, por terem uma superfície muito extensa, comparativamente com a limalha de ouro, precisam de alguns procedimentos antes de serem expostas ao ácido nítrico.

As jóias de ouro tem de ser fundidas com 5 vezes o seu peso total do ouro em cobre puro (ex. a 10g de ouro juntar e fundir com 50g de cobre puro), e depois do ouro e o cobre estarem em estado liquido, esta liga é vazada para um recipiente grande com água. Assim que o metal fundido toca na água cria grânulos de metal, tipo gotas. É importante que o metal seja transformado em grânulos o mais pequenos possível para que o processo de refino do ouro seja o mais eficaz possível.

A junção do cobre ao ouro tem como função expor o ouro o máximo possível ao cobre para que seja feita a separação das partículas do ouro em contacto com o ácido. Ou seja, a exposição das jóias sem serem fundidas com o cobre, não permitiria a acessibilidade do ácido às partículas de cobre no interior da jóia e assim fazer o refinamento total do ouro.


Pesar o ouro e o cobre para fundir
2.Fazer a fundição o ouro, lembrar de colocar borato de sódio (borax – fundente).
3.depois de fundido, o metal em estado liquido deve ser virado para um recipiente grande cheio de água (de preferência um recipiente metálico, ou com um outro. recipiente de metal no fundo do alguidar)
4.Vazar o metal para a água forma uma espécie de gotas de metal que vai facilitar a corrosão do ácido.
5.Agora o processo essencial de refino do ouro, a corrosão de metais complementares como o cobre e prata contidos na liga. para tal colocar o metal no ácido nítrico a 70% com água, Atenção colocar primeiro a água no recipiente e só depois o ácido. Deitar o metal no ácido para que haja uma reacção de corrosão sobre todo o cobre e prata já contido na liga. O ácido vai fazer um fumo muito intenso, é importante o uso de mascara e ter os espaço muito bem ventilado para não haver qualquer inalação de fumos. Depois de pararem os fumos, colocar um pouco mais de acido até não haver mais reacção e assim garantir que todo o cobre e prata são completamente corroídos e que apenas permanece o ouro refinado.
6.Escoa-se todo o ácido para uma vasilha de plástico, deixando apenas o ouro, fazer várias lavagens com água. Pode-se colocar bicarbonato de sódio na primeira passagem de água para neutralizar o ácido e escorrer completamente.
7.Depois de todo o processo de refinar ouro estar completo, deve-se embrulhar a limalha de ouro numa folha de papel extra fina (como por exemplo os guardanapos de pastelaria) para a limalha não voar com o vento do maçarico. Colocar no cadinho (ou Crisol) e deitar álcool polivinilico e por borato de sódio (borax). Quando direccionar o maçarico, ter cuidado para que o vento não espalhe a limalha de ouro para fora do cadinho.
8.Deitar álcool polivinilico e borato de sódio (borax) e fazer a fundição e vazar para uma lingoteira.
9.Retirar o lingote de fio, deixar arrefecer e colocar no branqueamento ou decapagem.

Outro a recuperação de limalhas de ouro recuperadas durante a fabricação de jóias

Na Joalharia ao realizarem-se os trabalhos em ouro no processo de fabricação, ao limar, serrar, etc. vão-se acumulando desperdícios de ouro designados como limalha de ouro. Visto que o ouro é um metal dispendioso é extremamente compensador fazer o reaproveitamento dos desperdícios de ouro.



Antes de fundir a limalha de ouro é necessário proceder a alguns procedimentos antes:

Deve-se, em primeiro lugar retirar todos os resíduos metálicos ferrosos, como restos de serras, brocas ou outros tipos de lixo metálico indesejáveis, para tal, utilizar um himan forte e passar por toda a limalha várias vezes. Ir limpando o íman e voltar a percorrer toda a limalha, fazer este procedimento varias vezes até verificarmos que o íman não colecta mais nenhum resíduo metálico ferroso, como aço ou outros.
2.O próximo passo para a refino do ouro, é queimar todo o lixo orgânico, como madeira, papel de lixa e outros tipos de lixo que arde a temperaturas relativamente baixas. Para fazer a queima, colocar a limalha dentro de uma concha de sopa velha metálica e calciná-la (com o maçarico, e dar calor no fundo da concha até queimar tudo) ir mexendo a limalha para garantir que todo o lixo orgânico está todo queimado.
3.Limalha já liberta de resíduos organicos.
4.Para continuar o processo de refinar o ouro, colocar dentro de um recipiente de plástico o ácido nítrico a 70% com água, Atenção colocar primeiro a água no recipiente e só depois o ácido. Deitar o metal no ácido para que haja uma reação de corrosão sobre todo o cobre e prata já contido na liga. O ácido vai fazer um fumo muito intenso, é importante o uso de mascara e ter os espaço muito bem ventilado para não haver qualquer inalação de fumos. Depois de pararem os fumos, colocar um pouco mais de acido até não haver mais reacção e assim garantir que todo o cobre e prata são completamente corroídos e que apenas permanece o ouro refinado.
5.Escoa-se todo o ácido para uma vasilha de plástico, deixando apenas o ouro, fazer várias lavagens com água. Pode-se colocar bicarbonato de sódio na primeira passagem de água para neutralizar o ácido e escorrer completamente.
6.Depois de todo o processo de refinar ouro estar completo, deve-se embrulhar a limalha de ouro numa folha de papel extra fina (como por exemplo os guardanapos de pastelaria) para a limalha não voar com o vento do maçarico. Colocar no cadinho (ou Crisol) e deitar álcool polivinilico e por borato de sódio (borax). Quando direccionar o maçarico, ter cuidado para que o vento não espalhe a limalha de ouro para fora do cadinho.
7.Deitar álcool polivinilico e borato de sódio (borax) e fazer a fundição e vazar para uma lingoteira.
8.Retirar o lingote de fio, deixar arrefecer e colocar no branqueamento ou decapagem.

Estas são duas técnicas para Refinar ouro, o Refino do ouro é uma técnica de reciclagem do ouro essencial e deve ser conhecida por qualquer técnico de joalharia e ourivesaria.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Profissão de mestre e Aprendiz

Alan Calijorne se preocupa em passar sua tradição para frente. Foi seu tio Milton Cruz quem lhe inspirou o gosto pela profissão de ourives, mas Alan não teve oportunidade de transmitir sua arte para um familiar e, por isso, montou um curso em sua casa, no bairro Prado, onde ensina a fabricação de jóias para quem se interessa.

Aos 13 anos de idade, após a morte de sua mãe, Alan deixava Sabará e chegava a Belo Horizonte onde foi morar com parentes. Seu tio, Mário Baptista, trabalhava na joalheria Theodomiro Cruz, a primeira de Belo Horizonte. Aos 17 anos, Alan confeccionou sua primeira jóia. “Eu aprendi só observando. Ele me mandava olhar e dava uma peça para eu fazer”, lembra Alan.

Aos 25 anos, Alan se aperfeiçoou no ofício através da influência do Italiano Giorgio Bertapelli, ourives que veio exercer sua arte no Brasil. Alan conheceu Giorgio por meio de um incidente com o governo brasileiro: Bertapelli trazia de seu país maquinários que foram detidos no porto de Santos, no estado de São Paulo. Depois desse episódio, o italiano foi trabalhar na joalheria da família Cruz.

Desde então, Alan buscou aprimorar suas técnicas através de cursos e de aprendiz, ele se tornou mestre. Em 54 anos de trabalho, ele passou a arte para mais de mil alunos, entre eles, nomes que mais tarde se tornaram famosos na área de desenho e fabricação de jóias. Alan recebeu críticas por passar o ofício adiante, pois estaria promovendo concorrência contra ele mesmo. Mas a convicção do ourives não muda: “Falam que crio cobra para me picar; mas acho que a arte tem que prevalecer”, ressalta.

De acordo com Alan, hoje não existe ourives como antigamente, que participava de todos os processos de fabricação da jóia. Foram criadas tecnologias que suprem várias etapas do trabalho. “Aquele ourives que fazia tudo acabou. Hoje existe um programa de computador que desenha jóias e uma máquina que te dá o anel pronto, com todos os detalhes que você quiser”, diz. Mas ainda há funções que não podem ser substituídas, como o cravador, que é responsável por encaixar pedras em jóias. “Felizmente nenhum computador é capaz de cravar uma pedra em uma jóia. Por melhor que seja pedra, ela pode ter milímetros de imperfeição que o computador não consegue detectar”, explica.



O ourives Alan Calijorne acredita que não há mais
profissionais da área como antigamente


O sociólogo Carlos Felipe Horta, presidente da Comissão Mineira de Folclore e autor de 19 livros que tratam de temas como cultura e tradição, explica que, ao longo do tempo, é comum haver mudanças na estrutura das profissões, pois a sociedade também se modifica. “A sociedade urbana acaba exigindo certos tipos de trabalhos que antes não eram necessários”, afirma. Segundo ele, o costume das famílias em passar a profissão a cada geração foi ficando mais raro devido à idealização que os pais passaram a ter a respeito dos filhos. “O pai não quer que o filho seja igual a ele. Ele quer que o filho seja mais do que ele”, observa. Pensando num futuro melhor, explica Carlos Horta, os pais lutam para que os filhos tenham a oportunidade de estudar e escolher a própria profissão.

Mesmo diante de uma sociedade que, cada vez mais, demanda novos trabalhos e exige a especialização de atividades, o sociólogo não acredita que as profissões vão acabar, mas se modificar. “Hoje existe o ourives que desenha as jóias para quem tem maior poder aquisitivo e o ourives que as pessoas procuram só para fazer a aliança”, diz. Ele lembra que alguns ofícios sofreram mais com as mudanças do tempo, mas acredita que as profissões sobrevivem a medida que vão encontrando novas realidades e se adaptando a elas.

Reportagem feita em conjunto com Thaíne Belissa e Alice Maciel, para publicação no jornal Hoje em Dia.

A reportagem é sobre como algumas profissões ainda sobrevivem através do ensino de mestres para aprendizes

http://manoelasantos.wordpress.com/

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sulforeto de Potassio

FÍGADO DE ENXOFRE (oxidante de prata)
Colaboração: Milton Lorena

O FIGADO DE ENXOFRE é um composto de potássio e enxofre usado para o escurecimento de prata e bronze. Embora comumente chamado de oxidante de prata, o processo não é de oxidação e sim de reação da solução com a superfície desses metais produzindo diferentes tons de cinza e preto.
Soluções prontas para uso, se apresentarem flocos, podem ser diluídas e devem ser agitadas para sua homogeneização.
Para obter um tom preto azulado lustroso ou cinza aço na prata, ou um preto arroxeado no cobre, mergulhe a peça na solução e enxágüe repetidamente escovando com uma escova fina de bronze embebida com água e sabão.
A aplicação de pintura em áreas específicas, precedida de um ligeiro aquecimento do objeto, pode funcionar bem.
O jateamento com areia sobre a prata, imediatamente antes de mergulhar na solução produz um resultado interessante. Evite tocar no material, o contato manual pode prejudicar a obtenção de uma cor uniforme. O uso da escova de bronze embebida com água e sabão também contribui para um resultado razoavelmente mais durável.

Outro efeito interessante (use luvas de borracha) é obtido segurando-se um pequeno pedaço de fígado de enxofre sobre uma superfície de metal inclinada sob água corrente fria. Para isso você deve dispor do composto, em pedaços. Nunca misture nem coloque junto de ácidos, nem mergulhe os objetos depois de coloridos em soluções decapantes. Gases muito tóxicos podem ser liberados. Trabalhe sempre em local arejado e com boas condições de ventilação.

Prepare apenas o necessário para cada aplicação, evite o desperdício. Ponha a água quente ou morna em um vidro, ou numa vasilha plástica. Verifique se o objeto está bem limpo, aqueça-o previamente em água quente para elevar sua temperatura e obter uma coloração uniforme. Mergulhe-o na solução uma ou duas vezes enxaguando em seguida até obter o tom desejado. Escove com escova de bronze e água e sabão entre os enxágües. Este procedimento resulta em uma superfície metálica brilhante, uniformemente escura.

Normalmente o fígado de enxofre é usado para obtenção de tonalidades pretas ou cinzentas, mas várias cores intermediárias são obtidas com soluções fracas e usadas. Entre elas o amarelo, o marrom avermelhado, o roxo e o azul. Um pouco de solução de amoníaco adicionada ao fígado de enxofre diluído, intensifica as cores azul-verde-vermelho-roxas. Estas cores são muito instáveis porque continuam a reagir e escurecer em presença do ar. Uma maneira de conservá-las é cobri-las com uma camada fina de resina ou verniz acrílico.

Fonte: http://www.joiasdobrasil.com/ourivesaria/index.asp

segunda-feira, 30 de agosto de 2010


J-ZP AUTOCAST
Capacidade de Cadinho 184 cc (1151g Prata, 1439 14K)
Capacidade dos tubos 127 x 299 mm (5"x9")
Tempo normal de ciclo 4 Minutos
Temperatura máxima 1370ºC (2500ºF)
Dimensões 89 x 56 x 97 mm (35" x 22" x 38")
Peso 132 kg
Peso Embalado 186 kg
Energia 200 - 240 volts, 50 amps, monofásico, 50/60 Hz
Termopar Tipo K ou Tipo S

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Funcionamento

A linha J-Z da Neutec utiliza-se da tecnologia ADC - Dinâmica Avançada Computadorizada que produz automaticamente o mais rápido e eficiente programa de fusão de qualquer liga e qualquer volume de carga, todos sem a intervenção do operador.

Operação simples;
Ciclos rápidos de aproximadamente 4 minutos;
Controle Power Stir Cast para não exceder o quilate desejado em toda a árvore.

Com um sistema fechado de nitrogênio ou atmosfera de argônio, a linha J-Z matém o oxigênio fora do metal quente, e um cadinho de grafite faz a limpeza de qualquer oxigênio dissolvido no metal, eliminando porosidade e outros defeitos causados por oxidação.

A precisão do controle de temperatura da tecnologia ADC permite a fundição de gemas pré cravadas. A possibilidade de fundição em temperaturas mais baixas reduz o choque térmico das gemas, possibilitando a utilização de gemas outrora consideradas impossíveis de serem usadas nesta técnica de pré cravação, como por exemplo opalas, esmeraldas de laboratório dentre outras.

A característica Autocast de fundição automática faz com que o metal funda-se no momento correto em que atinge a temperatura exata. O Sistema de Pressão Dinâmica da J-ZP é um sofisticado sistema de duplo estágio que aumenta a taxa de preenchimento numa temperatura de fusão mais baixa, melhorando os detalhes de superfície, diminuindo a perda e facilitando o acabamento das peças fundidas


Suporte opcional para o resfriador de água


Todas as fundidoras por indução necessitam de água para resfriamento. Os modelos J-Z oferecem duas escolhas: pode-se conectar a J-Z na rede de água, deixando fluir pela tubulação até o dreno, ou então pode-se comprar nosso sistema de resfriamento de lupe fechado, o qual reutiliza a água.

Todos modelos J-Z podem ser fixados no topo do suporte do resfriador de água, economizando espaço e posicionando a J-Z na altura correta de trabalho.

Caso não necessite deste acessório mas ainda assim desejar manter a J-Z na altura correta de trabalho, oferecemos o suporte de estocagem, o qual é uma cabine com espaço extra de estocagem, ao invés do resfriador de água.


Bomba de Vácuo incorporada

Todas as máquinas da linha J-Z inclui uma bomba de vácuo incorporada de alta qualidade, selada, de 15 cfm, com acionamento direto e incorporada dentro do gabinete. A bomba oferece um funcionamento silencioso, durável e livre de problemas.

Alta Capacidade de Metal.

Com capacidade máxima de 2,7 kg de ouro e 1,6 kg de prata para derretimento de uma só vez, garante a mesma precisão fundindo 100 gramas, assim como para 1500 gramas automaticamente.

Tanque de Granulação

O assessório de granulação das máquinas da Neutec permite que você faça grãos de ouro puro, ligado ou qualquer outro tipo de metal.

Facilita a estocagem e a separação no momento da fundição, proporcionando maior economia de dinheiro e aumento de serviços ao cliente.

Pesquisas mostram que a utilização de metal granulado melhora a qualidade das peças fundidas. A granulação do metal evita impurezas, oxidações e contaminações causadas com as refundições dos troncos das árvores.

Por ser de vital importância, toda a linha J-Z da Neutec vem acompanhada deste acessório.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Pesquisa sobre reciclagem de sucata de joias pode beneficiar pequenos fabricantes


Uma rota tecnológica para reciclagem de metais preciosos de aplicação simples e barata para pequenos fabricantes de joias foi o resultado de pesquisa realizada recentemente na Escola de Engenharia. O trabalho foi transformado na dissertação de mestrado da guatemalteca Carol Elizabeth Barrientos Rojas, que propõe o aproveitamento de resíduos sobretudo de ouro e prata.

De acordo com o professor Afonso Henriques Martins, da pós-graduação em Engenharia Metalúrgica e de Minas, nas pequenas empresas a sucata é varrida da bancada e volta para o forno para gerar joias de composição inferior. O objetivo da pesquisa orientada por ele foi permitir a recuperação em separado dos metais. “A dissertação informa dados numéricos, não existe caixa preta”, diz o professor.

Segundo a pesquisadora, que está de volta à Guatemala, a rota adotada consiste na lixiviação (dissolução) preliminar de joias usadas e defeituosas de ouro com ácido nítrico para extrair a prata da liga. A seguir, o resíduo sólido do ouro dessa lixiviação sofre outra lixiviação, agora com água régia (ácidos nítrico e clorídrico em relação de três por um), para tornar solúvel o ouro contido.

“Durante as etapas de lixiviação, foram avaliados parâmetros típicos com emprego de planejamento estatístico de experimentos. Assim, foram obtidas as condições ótimas para a máxima extração do ouro e da prata”, explica Carol Barrientos, acrescentando que os licores de lixiviação foram tratados por métodos diversos visando à recuperação dos metais.


Negócio de família
De família que atua no ramo das joias, fabricadas com peças de jade – pedra que se encontra na Guatemala –, Carol Barrientos se interessa pelo assunto desde adolescente. Por falta de opção mais específica em seu país, ela estudou engenharia química e procurou adquirir conhecimentos em geologia. Ela conta que a graduação ampliou suas áreas de interesse, mas seu foco se manteve sobre fabricação de joias, pedras preciosas e recuperação de metais preciosos. Em grandes joalherias onde trabalhou na Guatemala, Carol aprendeu sobre o processamento industrial empregado na fabricação de joias. Em seu trabalho final na graduação, avaliou métodos de recuperação de ouro a partir de sucata.

“Métodos de recuperação são empregados empiricamente por vários joalheiros, mas ainda existem muitos segredos sobre esse processamento”, afirma Carol, que fez o mestrado na UFMG com bolsa de estudos, a partir de sugestão de um amigo brasileiro. Hoje ela trabalha como engenheira, realizando estudos de impacto ambiental para mineradoras na Guatemala, e dá apoio aos negócios da família. Ela pretende juntar recursos para montar um laboratório ou refinaria e aplicar o método que desenvolveu.

Segundo o professor Afonso Martins, que mantém projetos como o de reciclagem de componentes de aparelhos eletrônicos, pesquisas que deem sequência ao trabalho de Carol Barrientos dependem de subsídios – hoje são realizadas pesquisas isoladas, principalmente com alunos de iniciação científica.



Fonte: ABNNEWS

terça-feira, 1 de junho de 2010

Acabamentos e outras técnicas de trabalhos com metais prata e ouro

Repoussè/repuxado ou Cinzelado - técnica artesanal utilizada para produzir relevos na superfície do metal. O metal é trabalhado pelo avesso, com o uso de marteletes ou punções.


Filigrana - técnica de decoração do metal, feita com finos fios de ouro, formando desenhos em espaços vazados ou sobre o metal.


Granulado - consiste na união de pequenos grãos de ouro ou de prata, ligados entre si ou sobre uma superfície de metal, sem utilizar solda externa.


Mokume Gane e Kum Boo - técnicas diferentes para a união de diversas lâminas de metal de diferentes cores. Estas lâminas podem ser unidas através de solda ou fusão.


Incrustação - Consiste na aplicação de metais macios, como o ouro e a prata, no interior de superfícies mais duras, normalmente de ferro, aço e bronze.


Gravação - consiste em talhar desenhos ou inscrições no metal.


Esmaltagem - técnica decorativa para colorir a superfície do metal. Os esmaltes são compostos de potássio, sílica e coloridos com óxidos metálicos que são aplicados sobre o metal fundindo a altas temperaturas. Antigamente era a utilizada a técnica de “cloisonnè”, onde espaços limitados por tiras de metal eram preenchidos por esmaltes, mas hoje é possível encontrar diversas técnicas de aplicação, incluindo a esmaltagem a frio – muito utilizada na joalharia italiana actual.


Polimento - acabamento de alto brilho.
Acabamento com Jacto de vidro - acabamento fosco, mais ou menos acetinado, dependendo do material utilizado na aplicação do jacto ( como vidro/areia e microesferas de vidro ).


Lixado - acabamento feito com lixas de diversas granulações, criando os mais diversos efeitos.


Martelado - pequenos martelos são utilizados na superfície do metal, criando efeito rústico.


Escovado - acabamento que pode ser trabalhado com diferentes escovas apropriadas para dar este efeito.


Tessuto - acabamento utilizado com metal e diamantes calibrados, criando efeito do tipo tramado.


Diamantado - é um processo feito com ferramenta de ponta diamantada, que permite um brilho na superfície da peça, como se estivesse cravada de diamantes.


Riscado – acabamento feito com técnica através de buril


Banho de Ouro/prata - revestir de ouro qualquer peça metálica através de banhos.


Texto a seguir adaptado de: http://ajoalheria.blogspot.com/2008_05_01_archive.html

segunda-feira, 31 de maio de 2010

LIGAS DE SOLDA PRATA

OV 12
Liga especialmente desenvolvida para soldagem de pequenas peças em latão, principalmente na indústria de bijuterias (pinos, argolas, etc.). Fornecemos na forma limalha. Para seu uso é necessário acrescentar até 40% de bórax ou ácido bórico. Ponto de fusão: 800º C aproximadamente.

OV 15
Ideal para soldagem de cobre com cobre na indústria de refrigeração, adornos, cutelaria, etc. Ponto de fusão: 780º C.

OV 20
Liga com teor de 20% de Ag, muito usada em linha de produção, tais como contatos elétricos, indústria de transformadores, acessórios para banheiros, etc. Ponto de fusão: 750º C aproximadamente.

OV 25
Esta solda contém 25% de Ag. Boa resistência mecânica, muito econômica devido a sua fluidez e seu ponto de fusão favorece a soldagem de peças de latão, pois não permite que se deformem. Ideal para soldagem de bijuterias e adornos em geral. Ponto de fusão: 720º C.

OV 30
Esta liga contém 30% de Ag. É indicada para soldagem de cobre e suas ligas. Ponto de fusão: 690º C.

OV 35
Contém em sua liga 35% de Ag, oferecendo boa resistência à tração, bom alongamento, especialmente indicada para soldagem de serra de fita, peças para refrigeração, objetos artesanais, cutelaria, etc. Ponto de fusão: 640º C.

OV 40
Sua liga contém 40% de Ag. Baixo ponto de fusão, indicada para peças maciças de latão e bijuterias, soldagem de aços, ligas de níquel, ligas de cobre, metais dissimilares, alta resistência, excelente resistência mecânica. Ponto de fusão: 610º C.

OV 45
Ideal para peças que, ao serem soldadas, não podem receber calor excessivo. A porcentagem de Ag é de 45%. Tem alta resistência mecânica, ex: pastilhas de wídia, armações de óculos, ferramentas, aços dissimilares, instrumentação cirúrgica, etc. Ponto de fusão: 620º C.

OV 50
Para peças onde o acabamento e a resistência sejam essenciais. Ponto de fusão: 780º C.

OV 56
Muito utilizada na indústria ótica, soldagem de aços inoxidáveis (desde que usada com o fluxo adequado). Ponto de fusão: 630º C.

As soldas

As soldas são ligas metálicas com ponto de fusão mais baixo que o metal que se quer soldar. Sua função é unir partes das jóias de forma definitiva. Cada solda possui tipos e quantidades de ligas variadas, que combinadas, lhe conferem características particulares como: maior ou menor ponto de fusão, resistência e cor.

A solda é a essência da ourivesaria, pois é impossível que alguém se torne um bom ourives sem antes dominar o maçarico. As manchas das soldas estão diretamente relacionadas ao tipo e as quantidades das ligas utilizadas, portanto pode-se resolver o problema reduzindo-se ao máximo a quantidade de ligas. Os ourives mais perfeccionistas possuem pelo menos três tipos de solda (baixa, média e alta fusão), para cada coloração de jóia. Particularmente, gosto de testar várias combinações de ligas e, depois de muitas experiências, cheguei a conclusão que é perfeitamente possível realizar soldagens sem aumentar muito a porcentagem de ligas, mas para isto é preciso controlar a temperatura da chama do maçarico com mais cuidado para evitar deformar ou derreter a peça. Cada ourives possui suas próprias fórmulas descobertas de forma experimental ao longo dos tempos. Para efeito de aprendizado pode-se utilizar apenas um tipo de solda (médio ou baixo ponto de fusão). À medida que se vai dominando as técnicas de solda, no decorrer do curso, os alunos irão aprendendo outras soldas para trabalhos mais sofisticados.


SOLDA PARA PRATA


Como fazer:

Ex.: Pese um grama de prata 1000 e acrescente 2,5 décimos de latão para solda forte, 3 décimos para solda média e 3,5 décimos para solda fraca, faça a fundição e lamine com 0.25mm e lixe com lixa 1000 até eliminar toda impureza e oxidações superficiais. Dica: Liga de latão é a mistura de zinco com cobre.


Solda para ouro
Como fazer:

Ex.: Pese um grama de ouro 18k e acrescente 2 décimos de solda de prata média, faça a fundição e lamine com 0.25mm e lixe com lixa 1000 até eliminar toda impureza e oxidações superficiais.


Modo de fundir as ligas de solda

Em um cadinho, coloque os metais na seguinte ordem:

-Primeiro as ligas, depois acrescente o ouro e/ou prata por cima, após o derretimento misture bem.
-Despeje na rilheira, espere esfriar e coloque para branquear.
-Lamine até a medida de 0.25mm.
-Lixe ou escove até que brilhe.

(dica) No caso da fusão de pequenas quantidades, pode-se colocar tudo junto, mas tomando-se o cuidado de aquecer os metais com menor ponto de fusão e/ou menor quantidade por último.

Wanderley Suguino.